Se deixas as coisas correr, elas vão parecer andar depressa, depressa demais.
O relógio nunca pára. E a vida encarrega-se de todos os dias te entregar novas etapas e novas barreiras que tens que superar.
Tu tentas o teu melhor, mas há sempre um dia que cais, ou dois.
Mas depressa te levantas.
É ai que aprendes. Aprendes porque erraste. E tu sabes disso.
Acontece isso todos os dias. Todos os dias erras, todos os dias aprendes.
O fundamental é seguir, sempre. Seguir rumo àquele caminho que vem depois da primeira barreira derrubada, depois da primeira queda.
Vais ferir-te. Mas vais desinfectar essa ferida. No entanto ela sara, mas não desaparece.
A próxima queda vai doer novamente, se tocar na ferida do passado.
Ela vai fazer a ferida abrir de novo, terás de a curar outra vez.
E assim sucessivamente.
Ingenuidade a minha pensar que só no amor é que existem feridas saradas.
Feridas que doem, machucam quando voltas a cair e a bater no mesmo sítio da primeira vez.
É ingenuidade pensar que é apenas essa ferida que existe – a ferida do amor.
Mas não. Existe uma que dói demais.
Uma dor verdadeira, mais verdadeira que a primeira.
Uma dor de uma ferida incurável. Uma dor de uma ferida impossível de dizer “segue em frente, deixa esta barreira para trás, derrubada”.
Uma dor oriunda de uma amizade que feriu muito. Que ainda fere.
Dirijo-me a ti, que me magoaste. Que te tornaste numa pessoa que não és.
Feriste-me sem noção da dor que sentia enquanto causavas o mau estar interior em mim.
Sabes o quanto dói cá dentro? Sabes o quanto esta ferida roça todos os dias no coração e fá-lo sentir uma dor tão forte que já nem as noites escapam ilesas?
Sabes o quanto destruíste o pouco esperançado o meu coração era?
Sempre dei o melhor de mim, para ver desabar com uma simples e crua ferida.
Ferida essa que foste abrindo durante dias e dias, lentamente. Todos os dias essa ferida abria ligeiramente, fazendo-me sentir um ardor profundo por dentro. Durante esse tempo fui corajosa e lutei contra essa dor. Mas de tanto a ferires, ela dói demais.
Não cura. Não sara. Não desaparece.
Permanece.
É a ferida que mais me dói no peito.
É a ferida que tu fizeste, que tu abriste. É a ferida que não vai curar nunca.
Dói. Magoa tanto.
Não tem lágrima que não escorregue todas as noites.
Com tanto sentimento de dor, de mágoa, a pergunta surge “porquê” ?!
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